Sim, dia 30 de Dezembro de 2009.
Amanha é o ultimo dia do ano e provavelmente nesse horário estarei indo em direção ao litoral fazer mais uma vez um daqueles rituais que todo o ser humano faz em prol de 365 dias melhores no ano que vem.
Eu ia começar enumerando perdas e ganhos deste ano, mas acho que não cabe, acho desnessessário.
O fato é que realmente o ano foi bom, não tenho do que reclamar.
Começou e terminara de forma maravilhosa, com pessoas que eu gosto, e uma boa dose de bebida.
Foram 365 dias muito intensos, em que aprendi provavelmente uma coisa nova por semana.
Na verdade, nos meus vinte anos, acho que esse foi o ano em que mais amadureci como pessoa.
Não sei se estou ficando velho, se é a crise dos 21, se estou talvez um pouco mais crescidinho mas hoje vejo coisas que ano passado veria de forma totalmente diferente, e isso se aplica a tudo.
Trabalho, relacionamento, amizade, família, tudo.
De certa forma este ano absorvi algumas coisas que antes passavam em branco, despercebidos, algumas coisas estão mais claras pra mim.
Esse ano entendi coisas do tipo, que se você quer realmente alguma coisa tem que ir atrás.
Nada, nada cai do céu de mão beijada e nada vai ser dado a você.
O seu futuro é realmente você quem faz, é cliché mas é real.
Passar em um curso? Estude. Promoção no trabalho, mostre que é capaz.
Existem coisas que dependem dos outros, e outras que só você consegue fazer acontecer.
Também aprendi nesse ano que família é importante.
Na verdade só resgatei algo que desde que tinha saído da casa dos meus pais tinha esquecido, o valor de estar com a família.
O valor de uma tarde com o irmão mais velho bebendo uma cerveja no bar, de um dia inteiro com a avó e a mãe na cozinha preparando a ceia de natal, o valor de uma ligação pra irmã pra saber como e com quem ela anda.
Ainda não acredito que a família seja a coisa mais importante do mundo (meu individualismo não me permite achar isso, ainda), mas quanto mais você se mostra preocupado com eles, mas eles se mostram preocupados com você e mais se fortalece esse laço e mais gostos fica a convivência e bem ou mal toda a família é problematica e eu posso dizer que nasci na mais legal das problematicas.
Em 2009 também aprendi muito sobre o amor.
Terminei o relacionamento mais intenso e duradouro até então e realmente foi uma experiência que não tinha tido até hoje.
Isso serviu como marco.
Nessa questão aprendi que as coisa tem inicio, meio e fim.
Aprendi que hoje foi com alguém, amanha será com outro, nada é para sempre e isso me confortou muito.
Aprendi também que você sabe quando a coisa vai acabar, que da pra sentir isso e que não adianta relutar contra algo que não tem mais brilho, não que seja ruim, mas já não tem mais tanta força pra continuar.
Entendi a diferença entre saudade, comodidade e amor.
Aprendi que sou mais forte doque pensava, que ver quem se gostava com outra pessoa realmente doí muito, mas que depois que se passa por isso e não se consegue ter raiva daquelas pessoas você é capaz de não sentir mais raiva de ninguém.
Aprendi que digo "eu te amo" como quem diz "bom dia" e que as pessoas realmente podem se apaixonar por mim e eu dizendo isso e não sendo real acabo ferindo quem não merece. Desculpa a elas.
Aprendi (e estou aprendendo até então) que as pessoas amam e demonstram isso de forma diferente, da forma que elas podem e sabem fazer.
Vi que ninguém é igual a ninguém, que sentir saudade é bom e que eu realmente gosto dos mais gordinhos, bêbados e que me fazem rir.
Durante esse tempo também conheci muito sobre amizade, que é uma palavra muito forte por sinal.
Vi que a pessoa pra ser sua amiga deve te aceitar da forma que é, criticando quando for preciso óbvio mas nunca te deixando em situações em que sabe que serão ruins pra você.
Vi que amizade verdadeira resiste a distancia, e que tem gente que realmente não desce, sorry.
Também constatei que amizade é uma coisa de energia, de sincronismo, que você pode estar bêbado com seu amigo, dando risada com ele ou chorando um mês inteiro sobre um pé na bunda, ele vai estar sempre ao seu lado.
Descobri que tenho o dom de fazer amigos sendo eu mesmo e que fico feliz quando um estranho vem a mim e diz que eu passo uma coisa boa pra ele.
Nesse ano comei a gostar do verão, descobri um novo vicio (a academia), vi que consigo relaxar e nao entrar em pânico se alguém leva uma facada, que na verdade amo cereja, que cabelo curto é extremamente mais pratico e que eu me visto como um adolescente.
Enfim, poderia ficar até a hora de arrumar a minha mala aqui postando sobre 2009, falando sobre oque aprendi, oque ganhei, os erros que cometi, mas por hora seria isso mesmo.
Que venha o tão famoso e esperado 2010!
Que traga com ele o sabor do novo, o cheiro da esperança, a textura da felicidade.
Em vou começar ele com o pé direito, e assim pretendo segui-lo, nem que eu tenha que dar uma de saci.
E um mais que feliz ano novo a todos.
(Eu e Pablitus e a Polar, o melhor trio da noite)
